terça-feira, 31 de maio de 2011

Rio de Verdade

Rio de tanto chorar
Até o fígado balançar
Rio da tristeza
Porque a vida é diversão
Rio com você
Porque você me faz feliz
Rio do momento
Porque a vida está presente
Rio de prazer
Porque a vida é um tesão
Rio de emoção
Porque a vida é coração
Rio do acordar
Porque a vida é recomeçar
Rio da verdade
Porque a mentira é invenção
Rio com você
Porque você me faz crescer
Rio do presente
Porque o futuro é intenção
Rio do futuro
Porque o passado é ilusão
Rio do passado
Porque o presente é criação
Rio de verdade
Porque este riso com certeza desagua no amar

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Bachianas Brasileiras

             http://www.youtube.com/watch?v=DbXhDHyyXn8&feature=related
Quando morrer
e eu espero viver muito porque é muito bom
Gostaria que tocasse esta música
Talvez seja porque quando alguma coisa morre dentro de mim
Eu gosto muito de ficar ouvindo ela
Feito um luto
Várias e várias vezes
Até que fique tudo enterrado
Iniciando por uma pá de cal
Contando cada pá de terra
Para ter certeza que está tudo acabado
Para dizer adeus
Para dar a passagem final

domingo, 29 de maio de 2011

O Paraiso de Dante

Aquilo era o paraíso constante

Mas no silêncio de um instante
Veio um  não gritante
Onde se instalou o inferno de Dante
Transformando em cinzas o que antes
Estava a se formar
Mas não são das cinzas
Que a Fênix renascerá?

sábado, 28 de maio de 2011

A Paixão desagua no Amar

Me perdoe menina linda
Pela minha empolgação
Eu sou mesmo exagerado
Isto é normal na paixão
Reitero que isto é sério
Com sabor de brincadeira
Pode ser por um momento
Mas também para a vida inteira
Não quero te constranger
Não gostaria de te enganar

A paixão jorra forte de uma fonte
Que está a correr
E que desagua quase sempre no amar.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Big Bang


Você observa uma flor
Ontem ainda uma semente
Pouco a pouco
Lentamente
Ela cresce
Parece-me que na natureza
Tudo ocorre assim
Devagar
Mas em mim ocorre diferente
Veio como o suposto big bang
E não se consegue segurar

domingo, 22 de maio de 2011

Mutação


Ser humano
Hoje feliz
Agora firme no que diz
Amanhã, não se sabe!
Talvez triste, talvez não
O que disse? Foi ontem!
Nada mais natural
Nada mais diferente
Ser gente
Admitir que, de repente,
Posso não ser mais o que fui há pouco
Sou mutante,
Em corpo e pensamento
Da semente à  flor
O mundo me transforma
Eu transformo o mundo
Senão, para que vivo?
Compreendendo o mundo e as coisas
Certamente me compreenderão
Devo fazer dessa flor uma nova semente
Para uma nova flor que seja
Cada vez mais uma semente
Fazendo sempre existir a vida em movimento
O movimento da vida e da morte
O momento entre o nascer e o morrer...

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vai Sim

Algo em você me encanta
Mas meus olhos não conseguem ver
Se é corpo, se é alma
Não consigo compreender

Confesso que isto me espanta
Talvez você possa me responder
Mas não diga nada importante
Pois meus ouvidos não conseguirão entender

Deixe a beleza de um encontro
Dar luz a esta questão
Quem sabe o silêncio de um instante
Seja um gritante NÃO

Mas também pode ser diferente
E no meio de tanta gente, o que é ruim
Você possa dizer o que sente
Quem sabe seja um delicioso SIM

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Poema-Prosa da Paixão em Ré-flexão Menor


Me sinto um adolescente
Descobrindo seus segredos
Ou um menino admirando seu brinquedo
É claro que os segredos do adolescente menino
Serão descobertos e virarão pesadelos
É natural que os brinquedos do menino adolescente
Não terão mais valor
Mas mesmo assim
Continuo a sentir
A descobrir
A brincar
Mesmo porque preciso continuar
A descobrir meus sentimentos
Mesmo que brinquem com eles
Pois é assim que a vida vive
Brincando de sentir
Sentindo descobertas
Descobrindo brincadeiras
Penso que isto define a paixão
A ilusão
De achar que descobriu a razão de uma adolescência imatura
De pensar que a vida é uma brincadeira de menino

domingo, 15 de maio de 2011

Tempestade


O que é o pensamento?
Não se sabe exatamente.
Mas se vê como uma tempestade de raios e trovões
Meu pensamento chove
Bombardeado de emoções
Encharca meu corpo
Derruba encostas
Meu pensamento troveja
Com sons ensurdecedores
Não permitindo que a voz comum se manifeste
Meu pensamento vai buscar os pára-raios
O caminho mais fácil para encontrar o chão, o real, a liga
Meu pensamento aguarda o arco-íris
Porque após uma longa tempestade
Um sol é merecido
O ar envolvido por gotas de água
Nos levando a todas as cores

sábado, 14 de maio de 2011

Verdade e Mentira

O que é melhor?
A verdade que nos faz chorar ou
a mentira que nos faz sorrir.
A verdade pode ser dolorosa,
a mentira pode ser dolorosa.
Uma por que diz o que não queremos ouvir,
outra por que não condiz com o que ouvimos.
É na verdade e na mentira que não entendemos o outro.
Mas porque ao invés de tentarmos entender o outro,
não podemos compreender em nós mesmos
o motivo pelo qual não distinguimos a verdade da mentira, no momento certo?
Feito isto, certamente poderemos rir do momento.
Mas o que é uma verdade?
Por exemplo, uma foto é de verdade?
Você vê minha foto,
você me vê de verdade?
Eu te vejo pessoalmente,
eu te vejo de verdade?
São reflexos que você enxerga com seus olhos, ou seja,
a verdade está em seus olhos.
A mesma coisa ocorre com as palavras ditas,
são reflexos do que você quer ouvir exatamente da pessoa que você escolheu em determinado momento.
Em princípio, as fotos são mentiras e passam a ser verdades,
na medida em que acredito ou não nelas.
Assim são as palavras ditas por quem quer que seja.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A Palavra


No que trato,
No que digo,
Está a palavra.
Ela que maltrata,
Que elogia,
Que brinca,
E se desfaz nos cantos.
Com ela venho a ti
Mostrar os meus encantos.
Que ao todo me compõe a vida
Na vida dos meus sonhos
Não tenho a paz
Não tenho a vida
Tenho a palavra
A mesma que me ergue
Me derruba.

domingo, 8 de maio de 2011

Por quem os Celulares Vibram?

Em algum tempo
Em algum lugar
Anunciavam os sinos
Sinais arquetípicos
Nascimentos, casamentos e mortes
E diziam
É hora de parar
Nem que seja breve
Pense no rebento
Aposta de vida
Pense no evento
Aposta de alegria
Pense no moribundo
Aposta de eternidade
Será que banalizamos os sinos
Pois agora tocam todos os instantes
Em todos os lugares
A qualquer momento
Individualizamos os sinais
Nos faz pensar em algo?
Ou apenas ter raiva
Do desrespeito àquele momento
É necessário?
De fato, criou necessidades
Aquelas que não existiam
Antes de ele existir
Partimos do inconsciente coletivo
E mergulharmos no inconsciente pessoal
Escravizados
Esperamos sempre um novo sinal
Com certeza
Não será de vida
Nem de bodas
Nem de ida
Apenas banalidades
De alguém que poderia esperar o momento
É claro
Até para as banalidades
Existe um momento
Mas que não deve ser compartilhado com outros.