sábado, 24 de dezembro de 2011

Que se faça a Vida


Façamos um poema
Um poema à vida que vem de um belo dia
Não precisa ser dia de Natal ou Ano Novo
(Nem deve ser!)
Tem que ser qualquer dia

Façamos mais do que isso
Da vida um poema
Alegre e triste quando necessário
Mas vivo sempre

Façamos um pedido a alguma coisa
Que nos permite ler e escrever estas palavras
Para que possamos sempre fazer isto

Não! Não peçamos nada!
Vivamos aquele mesmo poema
E não será necessário pedir
Não perturbemos quem já teve o trabalho de nos fazer

Façamos um apelo
Ao que há de mais sagrado neste mundo
Nossas vidas
Não nos torturemos por coisas banais

Façamos o possível
E o impossível, se for possível

Deixamos os apelos e
Façamos um trato
Permita que possa estar sempre assim
De bem com a vida

Onde cada ano novo não se torne velho
Para tenhamos que esperar um outro ano novo

O amor, a gente inventa


Vou inventar um amor
Um amor perfeito
Encantandor
Eu tenho o direito
Eu sei que não existe
Por isto eu invento
Pois não quero ser triste
É difícil, mas eu tento.
Um amor sem brigas
Um amor sem dor
Um amor sem intrigas
Um amor que é só amor
Um amor sem um não
Eu faço questão
Tudo deve ser sim
Eu preciso para mim
Um amor sem perguntas
Um amor sem respostas
Todas as coisas estão juntas
Todas estão sobrepostas
Parece sem graça
Pois o que quer que eu faça
Está tudo muito bem
Não precisa ir além
Mas neste contexto
No fogo que arde
Resta só uma palavra
Aguarde!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Perdas e Ganhos

Onde está a minha vida?
Onde ficou nesta correria?
Se no meio do caminho
Não posso voltar
Nunca mais passo por lá
Em outra vida?
Talvez!
Mas não será a mesma
Ah! Que momentos perdidos
Ignorância
Insensatez
Falta de opção?
Não!
É o destino?
Não seja cretino!
Que sirva de lição
Para mim e para os outros
Para mim?
Para que?
Pura pretensão
Para a outra vida?
Pura imaginação
Para os outros
Quanta pretensão
Achar que minha vida
Valha alguma coisa
Mas nem mesmo para uma lição
Até mesmo porque lições não servem para nada
Pois dizem que só se aprende vivendo
Mesmo que se viva errando
Então aprendi
E muito!
Foram muitos erros
Então o que me resta?
A aprendizagem
E de que me serve?
A compreensão e aceitação da própria morte?
Mas a morte não será também um erro?
Então aprenderei com a morte
Tudo em vão
Porque achar que houve perdas e ganhos
Se a própria vida é uma perda e um ganho
É um corpo que dá (a perda) um pouco de si
Para dar vida a outra (o ganho)
Então pode ser a morte o preço por este ganho
Nunca cobrado antes
Ou que se paga em prestações, vivendo
E o resíduo final é a morte.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Natal


Noite de Natal
Nasceu Papai Noel
Opsss
Nasceu Jesus
Noite de Natal
Viva o Papai Noel
Opsss
Viva Jesus
Noite de Natal
Noite de esperança
Noite de comilança
Noite de Natal
Noite de lembrança
Ai  meu Deus
Ou melhor
Ai Jesus
Quanta ignorância
Noite de Natal
Noite de presente
Noite de ilusão
O pobre come o pão
No outro dia
Chupará os dedos da mão
Noite de ano novo
O velho começa disfarçado
De novo
Noite feliz
Esperança de cura
Da insatisfação
Dos dias infelizes
Pobrezinho nasceu de Belém
E o outro (também pobrezinho)
Nasceu não se sabe de quem
Quantos sorrisos vazios
A menina ganha uma boneca de plástico
Feia que dói e não fala
O menino ganha um carrinho de plástico
Que não tem controle remoto
Não importa!
O plástico é reciclável
A vida também é.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Eu fui e voltei

Eu fui lá
aonde?
ao lugar que ninguém volta
mas eu voltei
O que tem lá?
muitas coisas
mas nenhuma delas existe aqui
Diga uma delas!
Não tenho como dizer
Tudo que lá existe só pode ser explicado com as coisas de lá
Como nenhuma delas existe aqui
Não tenho como explicá-las
O que se faz lá?
Muitas coisas,
Mas nenhuma delas se faz aqui
Diga uma delas!
Não tenho como dizer
Tudo que se faz lá só pode ser explicado com as coisas de lá
E é bom estar lá?
É melhor do que aqui?
Não saberei dizer!
Como assim?
É um lugar singular
onde tudo é diferente
O bom te faz chorar
O ruim te deixa contente
Então para que tu vieste?
Se não posso saber o que tem lá,
Se não posso saber o que se faz lá,
Se não posso saber se é bom ou ruim.
Eu vim para que soubeste que este lugar existe.
E você irá até lá
Quer você queira
Quer não
Quer seja bom
ou ruim