quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O Nascer

Nasci em 16 de agosto de 1962, embaixo de um pé de café, pelo menos foi o que a minha mãe me disse:
- Foi naquele dia, estava com muitas saudades, seu pai chegou de viagem, muita saudade, vontade de abraçar, beijar, fazer as coisas que tinh

a que fazer, fazer as coisas que todos fazem na saudade, na vontade, inclusive os casais. E foi ali que eu senti que você nasceu.
Dizemos que nascemos quando saímos da barriga de nossas mães. É claro que isto é uma bobagem, já havíamos nascidos, apenas não estávamos prontos.
A gente nasce num momento de prazer e não de dor. A dor é para nos obrigar a sair de um lugar que já não nos serve mais. Era um lugar muito bom, mas estava ficando apertado.
A gente nasce num momento de vitória, vitória sobre muitos, muitos que serviram também para a minha vitória, talvez sejam eles também vitoriosos, sabe lá onde estarão agora.
Se tiver reencarnação deverá existir também reencarnação de espermatozóides perdedores.
Falar sobre quando se nasce é sempre uma história.
É o momento do encontro, onde parte de mim, toda agitada, deslizando de um lado para outro, se encontra com a outra parte de mim, mais serena, cujo único movimento é o de descer pelas trompas e aguardar o vencedor da verdadeira corrida olímpica, que decidiu a minha vida.
Qualquer deslize seria outra vida.
Porque não comemorar este dia?